Ternuras aconchegadas

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(imagem retirada da Internet)

Repousas no meu colo, despreocupado. A esse sono profundo não lhe incomoda a familiaridade ou a falta dela. Apenas, sossegas.

A tua respiração é calma e segura. Tranquilizante para quem a pode observar. Esses pequenos lábios, repuxados para um sorriso inconsciente, acompanham as mãos minúsculas. Os dedos encolhem-se sobre si como se guardassem o maior segredo do mundo.

Embalo-te devagarinho. Nos ângulos desse gesto há um desvelo quase maternal, uma perfeição que nos emudece.

Quero certificar-me que o barulho não lhe vai perturbar o descanso, pois o choro das crianças é, desde sempre, uma percepção auditiva angustiante. Não me interessa se acontece para manifestar desagrado, dor ou birra, só desejo que cesse instantaneamente.

Tenho a sua fragilidade nos meus braços e sorrio por trazer no regaço uma criança que um dia fará o futuro.

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