Pânico coibido

15:52

Mentes e sabes porquê. Convences-te que é necessário fazê-lo, seja para suprir a expectativa alheia, seja para encobrir medos interiores. Acreditas piamente nessa forma rebuscada de galgar sobre a realidade. E vais por aí, desmanchando as horas mortas com pequenas e escusadas omissões.

Perante a importância do momento, engalanam-se em ti forças superiores, energias ocultas. Elas insinuam-se para que não sigas por aí.


Mas tu não toleras que os acontecimentos se desenrolem sem interferências, sem uns retoques de maquilhagem. E vives em pânico ante a possibilidade de não ser assim.

Pensas demasiado nos estratagemas que te afastam do último reduto. Ficas excessivamente dividida e, no findar das peripécias, tomas decisões precipitadas, erradas, mistificadas. Porém, lá no fundo de ti, reclama a vergonha, mancha-se o orgulho, tropeçam as inverdades e marcham, resolutos, os temores.

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