Circunstâncias desarmónicas

15:32

Qualquer ruído, por minimal que seja, lança o tremor cá dentro. O silêncio esfuma-se e demora a reconstituir-se. Na espera, acotovelam-se os medos, as incertezas, as vontades díspares, os sonhos esfarrapados.

Abalada a tranquilidade do quarto sombrio, devolvo os pensamentos. Esforço-me por afastá-los da consciência, a todo o momento. E só porque não quero perder a liberdade de continuar com a minha vida.


Não posso aceitar que cada passo tenha que ser observado, esquadrinhado, justificado. Haverá rebeldia, uma declarada intenção de desobediência, porque não acredito na fatalidade do destino, nesse traçado determinista de um percurso por caminhar.

Ele está à mercê das minhas capacidades ou das minhas fraquezas, das minhas metas e das minhas quebras. A isso se juntará, eventualmente, a sorte ou a falta dela, os apoios logísticos ou pontuais, a boa preparação e a determinação, a coragem e o medo.

E em plena luta, o ar resoluto de jamais permitir que a fama, tenebrosa e badalada, da força implacável do inimigo me faça recuar um milímetro que seja das minhas motivações ou deixar cair o escudo da liberdade.

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