Neste dia sem nada para fazer, sem ter que dar respostas às exigências, sem obrigações para cumprir, neste dia completamente improdutivo, estou disponível para fazer companhia à solidão.Neste dia, só queria ter-te aqui… Queria adormecer no teu colo a ver um filme qualquer. Queria as tuas carícias para sentir o arrepio da pele. Queria soltar a voz para dizer que te amo, que...
De norte a sul do país, a greve paralisou os tribunais. O governo faz “ouvidos de mercador” às reivindicações dos funcionários judiciais e avança com a requisição civil de oficiais de justiça, que pretende assegurar os serviços mínimos. Este facto trata-se, para mim, de uma manobra intimidativa para pôr um termo à greve e desrespeitar o direito dos funcionários judiciais à greve. Só...
Tu és a minha testemunha. Tu és a testemunha de todas as máscaras que uso. Troco de máscara com uma naturalidade sórdida e tu assiste passivamente. Represento um papel qualquer e tiro essa máscara, para logo imediatamente a seguir colocar outra. Sem pesos na consciência, sem consciência também... Penso se um dia me vais apontar isso e dizer que eu não me dei...
«1. Todos os homens são diferentes. E devem fazer o possível para continuar sendo.
2. A todo ser humano foram concedidas duas maneiras de agir: a acção e a contemplação. Ambas levam ao mesmo lugar.
3. A todo ser humano foram concedidas duas qualidades: o poder e o dom. O poder dirige o homem ao encontro com o seu destino, o dom obriga-o a dividir com os outros o que há de melhor em si mesmo.
4. A todo ser humano foi dada uma virtude: a capacidade de escolher. O que não utiliza esta virtude, a transforma em uma maldição – e outros escolherão por ele.
2. A todo ser humano foram concedidas duas maneiras de agir: a acção e a contemplação. Ambas levam ao mesmo lugar.
3. A todo ser humano foram concedidas duas qualidades: o poder e o dom. O poder dirige o homem ao encontro com o seu destino, o dom obriga-o a dividir com os outros o que há de melhor em si mesmo.
4. A todo ser humano foi dada uma virtude: a capacidade de escolher. O que não utiliza esta virtude, a transforma em uma maldição – e outros escolherão por ele.
5. Todo ser humano tem direito a duas bênçãos, a saber: a benção de acertar e a benção de errar. No segundo caso, sempre existe um aprendizado que o conduzirá ao caminho certo.
6. Todo ser humano tem um perfil sexual próprio, e deve exercê-lo sem culpa – desde que não obrigue os outros a exercê-lo com ele.
6. Todo ser humano tem um perfil sexual próprio, e deve exercê-lo sem culpa – desde que não obrigue os outros a exercê-lo com ele.
7. Todo ser humano tem uma Lenda Pessoal a ser cumprida, e esta é a sua razão de estar neste mundo. A Lenda Pessoal manifesta-se através do entusiasmo com sua tarefa. Pode-se abandonar por certo tempo a Lenda Pessoal, desde que não se esqueça dela, e se volte a ela assim que for possível.
8. Todo homem tem o seu lado feminino e toda mulher tem o seu lado masculino. É necessário usar a disciplina com intuição e usar a intuição com objectividade.
9. Todo ser humano precisa conhecer duas linguagens: a linguagem da sociedade e a linguagem dos sinais. Uma serve para a comunicação com os outros. A outra serve para entender as mensagens de Deus.
10. Todo ser humano tem direito à busca da alegria, e entende-se por alegria algo que o deixa contente - não necessariamente aquilo que deixa os outros contentes.
11. Todo ser humano deve manter viva dentro de si a sagrada chama da loucura. E deve comportar-se como uma pessoa normal.
12. São consideradas faltas graves apenas os seguintes itens: não respeitar o direito do próximo, deixar-se paralisar pelo medo, sentir-se culpado, achar que não merece o bom e o mal que lhe acontece na vida, e ser covarde.
Parágrafo 1 - amaremos nossos adversários, mas não faremos alianças com eles. Foram colocados no nosso caminho para testar a nossa espada, e merecem o respeito da nossa luta.
Parágrafo 2 - escolheremos nossos adversários.
13. Todas as religiões levam ao mesmo Deus, e todas merecem o mesmo respeito. Um homem que escolhe uma religião, também está escolhendo uma maneira colectiva de adorar e compartilhar os mistérios. Entretanto, ele é o único responsável por suas acções no Caminho, e não tem o direito de transferir para a religião a responsabilidade de suas decisões.
8. Todo homem tem o seu lado feminino e toda mulher tem o seu lado masculino. É necessário usar a disciplina com intuição e usar a intuição com objectividade.
9. Todo ser humano precisa conhecer duas linguagens: a linguagem da sociedade e a linguagem dos sinais. Uma serve para a comunicação com os outros. A outra serve para entender as mensagens de Deus.
10. Todo ser humano tem direito à busca da alegria, e entende-se por alegria algo que o deixa contente - não necessariamente aquilo que deixa os outros contentes.
11. Todo ser humano deve manter viva dentro de si a sagrada chama da loucura. E deve comportar-se como uma pessoa normal.
12. São consideradas faltas graves apenas os seguintes itens: não respeitar o direito do próximo, deixar-se paralisar pelo medo, sentir-se culpado, achar que não merece o bom e o mal que lhe acontece na vida, e ser covarde.
Parágrafo 1 - amaremos nossos adversários, mas não faremos alianças com eles. Foram colocados no nosso caminho para testar a nossa espada, e merecem o respeito da nossa luta.
Parágrafo 2 - escolheremos nossos adversários.
13. Todas as religiões levam ao mesmo Deus, e todas merecem o mesmo respeito. Um homem que escolhe uma religião, também está escolhendo uma maneira colectiva de adorar e compartilhar os mistérios. Entretanto, ele é o único responsável por suas acções no Caminho, e não tem o direito de transferir para a religião a responsabilidade de suas decisões.
14. Fica decretado o fim do muro que separa o sagrado do profano: a partir de agora, tudo é sagrado.
15. Tudo que é feito no presente afecta o futuro por consequência, e o passado por redenção.
Revogam-se as disposições em contrário.»
15. Tudo que é feito no presente afecta o futuro por consequência, e o passado por redenção.
Revogam-se as disposições em contrário.»
Hoje deixo uma sugestão que de certeza vos vai agradar. De onde veio este texto há muitos outros, que mantém os padrões de qualidade de escrita e de interesse humano. Visitem o site do Guerreiro da Luz e descobrirão edições online (das quais podem fazer download). Boas leituras!
Tenho saudades daquela noite.Hoje que a relembro apetece-me repeti-laMas sei que tudo joga contra essa hipotética possibilidade.Queria voltar a perder-me no teu olhar,Procurando reflexos do meu “eu” nesse brilhoImperscrutável e fugidio.Gostava tão somente de te dizerQue preciso que tomes o peso dos grilhõesQue me magoam os pulsos e me sugam a forçaDas mãos para te agarrar de vez…Podíamos partilhar a nossa solidão como...
Todos os teus raciocínios são falaciosos. Consegues sempre persuadir qualquer um apenas com a convicção com que afirmas os maiores disparates de cada vez que abres a boca para anunciar grandes ideias. Podias poupar-nos a discursos polidos, cuja profusão de conceitos e axiomas veementes, nos ensurdecem e tolhem o pensamento crítico. O que tu ofereces é apenas uma visão forjada da realidade. Reconheço...
«Sento-me aqui nesta sala vazia e relembro. Uma lua quente de fim de Verão entra pela varanda, lava o soalho numa pureza irreal, anterior à minha humanidade e onde, no entanto, sinto presente uma parte de mim. O céu é húmido e fresco como uma nudez, o ar satura-se ainda desse aroma genesíaco que as chuvadas ergueram da poeira do Estio. É bom...
Já há algum tempo que andava para vos recomendar a leitura deste livro. É apenas centena e meia de páginas, cuja leitura se torna desejável que seja ininterrupta. Neste livro, a escritora italiana sublinha a importância e a necessidade de estarmos sempre em estado de alerta em relação a tudo aquilo que nos rodeia. Este livro ajuda-nos a perceber o esforço é de...
Procuramos o equilíbrio mesmo em condições adversas;Teimamos em concretizá-lo, correndo sérios riscos.Pousamos sem garantias de uma aterragem bem sucedida.Batemos asas para nos afastarmos das intempéries.Nada está definido e buscamos um local improvável,Porque, aí, ninguém nos encontrará e não seremos notados.Contudo, tal como esta pomba foi fotografada num instante,Também nós somos percebidos, ainda que o repudiemos.Desejamos ter alma de pássaro para não nos apegarmosE...
Há dias em que acordamos de bem com tudo e com todos. Até os pequenos contratempos nos são indiferentes. De repente, por um qualquer motivo, algo que nos é exterior, pontual e mesquinho, acaba com a nossa boa disposição. A serenidade escapa-nos do controlo. A ansiedade de que o dia acabe para poder ignorar os problemas, os conflitos, pelo menos, até ao dia...
Estou no metro e, à minha frente, está um carrinho de bebé e uma mulher que vela pela sua segurança. Olho pela janela a paisagem imutável do caminho já percorrido algumas vezes. As casas degradadas em contraste com as mansões aristocráticas, os parques de estacionamento cimentados e os espaços de terra batida e muito pó, as altas chaminés das fábricas e as cordas...
...
Se te pudesse comunicar o medo que me assalta… A insegurança que me abala perante as incertezas que povoam o meu pensamento e se debatem com as certezas do meu coração. Apregoar velhas máximas de incentivo, tentar repeti-las para mim é como tomar uma anestesia ineficaz através de uma interiorização hipnótica. Tudo me leva a sentir dividida, como que meio perdida…Quando estamos perante...
Não podes continuar a deixar-te arrastar, a subordinar-te à vontade dos outros. Sim e não tens porquê ficar com remorsos ou sentires um mal-estar por seres apelidado de “desmancha-prazeres”. Já paraste para pensar que os outros também não se preocupam em respeitar a tua vontade? Se amanhã ou mesmo daqui a pouco estiverem amuados contigo, não deves fraquejar, ou seja, não podes ceder!...
O Secretário Geral do PS e Primeiro-Ministro, José Sócrates, no rescaldo das eleições autárquicas do passado domingo, reconheceu que os resultados ficaram muito aquém das suas expectativas. Mas também porque esperava ele outra coisa? Se o Primeiro-Ministro sai admirado com os resultados destas eleições deve ser o único. Era previsível que o PSD ganhasse em toda a linha, pois é a única força...
Mal sai do autocarro e abandonei a garagem, senti o ar saturado, a poluição de uma grande cidade. Depois, vi o sol escurecido pela mediocridade dos edifícios. Voltei à direita e continuei a caminhar. Percebi as coisas no mesmo sítio, iguais a alguns meses atrás, exactamente iguais, sem uma alteração mínima. Tudo na mesma…A praça povoada de pombas que procuram no chão de...
Acordo com o som agudo do despertador e ouço o toque leve dos meus dedos no interruptor gerar um som curto. Afasto os lençóis num som abafado e quase imperceptível. Piso o tapete num roçar breve e baixinho para procurar os chinelos. O contacto com o chão causa um som mínimo enquanto me aproximo da janela. Corro o cortinado e escuto um som estridente. Abro a persiana repentinamente e escuto um som de altura semelhante ao anterior. Abro o guarda-fatos e com ele desencadeio o rangido fininho da porta. Tiro as calças do cabide num puxar cujo som insignificante é prolongado. Fecho a porta e um som mais forte ecoa pelo quarto em silêncio. Procuro uma camisola depois do assobio agudo da gaveta. O puxador da porta do quarto solta um som aflautado e, simultaneamente, oprimido. Dirijo-me para o WC e ouço o ressonar profundo do meu pai. Satisfeita uma necessidade imediata, puxo o autoclismo que liberta uns sons esquisitos, numa espécie de remoinho de sons graves e menos graves. Escuto o pingar da torneira do lavatório antes de abrir a da banheira. A água do chuveiro cai num som sibilante. Puxo a toalha e o som desse movimento confunde-se com o da água a esvaziar-se da banheira. De seguida, o som friccionado da toalha na minha pele e a voz fina da minha mãe a perguntar o estado do tempo. Falo um pouco mais alto para lhe responder porque a distância o exige. O som da escova de dentes é baixo e monótono; o do secador de cabelo é intenso e irritante e o da escova que passo pelos cabelos é ínfimo. O som agudíssimo do spray da laca quebra o silêncio da casa de banho.
Volto ao quarto para fazer a cama e o esticar dos lençóis num som baixo e duradoiro, pautado pelo som cadenciado do tiquetaque do relógio. Vou até à cozinha e lá procuro o comando do televisor que ao carregar, não desprende nenhum som perceptível. Com a televisão ligada, libertam-se vários sons: uma voz feminina, fininha e pausada, debita um discurso noticioso antes de se começarem a visualizar imagens de um político em campanha a proferir um discurso até ficar rouco, de apoiantes que agitam as bandeiras no ar aos berros, um som neutro aquando da apresentação de sondagens. Mudo de canal, há desenhos animados: sons típicos de uma arma fictícia na mão do protagonista: ligeiros e graves. Novo zapping e paro nos canais espanhóis, num deles, um apresentador de voz grave e calma fala de uma explosão; seguem-se imagens com sons de choros agudos e desesperados. O som afinado do microondas lembra-me que o leite já aqueceu e esqueço a TV. Os cereais caiem numa tigela de porcelana; percebo sons curtos e ríspidos.
Vou calçar-me e saio. O som agudo dos tacões das botas nos degraus de mármore incomoda-me. Ouço o tilintar das chaves na mão até chegar ao portão que chia ao de leve quando o abro; quando o fecho, solta um ruído mais intenso, porém rápido. Os sons graves dos cães a ladrar quando ouvem o motor do carro a trabalhar, em sons pesados e esforçados no início. Já em marcha, faço uma travagem forçada e o chiar fininho e desagradável dos travões. Dentro do veículo, somente as vozes femininas e masculinas dos animadores nos programas da rádio. Antes de chegar ao café, escuto a buzina aguda de uma mota, cujo condutor é um conhecido que me chama em tom alto e brincalhão. O barulho do café enche-me os ouvidos e apenas consigo diferenciar o som agudo e penetrante da máquina do café e das chávenas a pousar nos tampos de vidro das mesas. Ao puxar a cadeira, um ruído arrastado. Enquanto espero pelo café, o som fininho do tamborilar apressado dos meus dedos na mesa. Do murmúrio das conversas alheias, distingo uma voz esganiçada. Procuro os trocos no bolso para pagar e escuto sons desordenados. À saída, corro o fecho do casaco: um som agudo. Na rua escuto três crianças a guinchar em alta histeria e, ao longe, o canto harmonioso dos passarinhos.
Hoje decidi ir às compras. Ao entrar numa loja, uma música relaxante invade-me os ouvidos até ser cortada pela voz calma da empregada que me interpela. O chiar dos cabides que faço correr pelo varão de ferro. Peço para embrulhar: o som cortante da tesoura e o som subtil do cortar da fita-cola. Já o som produzido pelo dobrar do papel de embrulho é difícil de descrever. Por fim, o som agudo da gaveta da máquina registadora. Ao pousar os sacos de papel e os de plástico no carro, o barulho misturado de sons abafados e expansivos. O almoço obriga-me a passar pelo talho. Os sons agudos do afiar da faca e os sons secos do cortar da carne constituem a atmosfera auditiva.
De volta a casa, ligo o PC que solta um som breve e agudo. Enquanto escrevo dou-me conta do som ritmado das teclas sob a pressão contínua dos meus dedos: um som curto e constantemente repetido; uma série de sons curtos que parecem um único som. De repente, o telefone toca. Corro pelas escadas e o ranger da madeira intensifica-se. Do outro lado fala-me uma voz infantil e mimada, no final, o som curto de pousar o aparelho. Alguém trata do almoço e ouço o chiar agudo da panela de pressão. Já na cozinha, escuto os tons sibilantes da água das batatas a ferver. Ponho a mesa e o som dos pratos ao embater na mesa de pedra é agudo e curto. Os copos de vidro em contacto uns com os outros, quando os retiro do armário, originam um tinir agudo. Pouso também os talheres, acabando com os seus sons altos. A campainha toca, espalhando pela casa um som intenso e agudo. Após o almoço, a lavagem da loiça permite-me escutar o som médio do cair da água sobre os pratos. O esfregar da esponja produz um som arrastado. Ao colocar as diferentes peças no escorredor o som agudiza-se ligeiramente. Aspiro o chão e o volume de som aumenta, repercutindo-se pelo espaço em tons graves. O som de torcer a esfregona no balde é denso e baixo. O som agudo e repetido por duas vezes, que vem do telemóvel, alerta-me para uma SMS.
Decido ir até à aldeia. Durante a viagem, só a música do rádio me faz companhia: uma melodia de sons regulares e agradáveis ao ouvido. Entretanto, ao descer a estrada perde-se a frequência e, depois de uns sons desconexos que me fornecem essa indicação, pressiono o off. Então, o som lento da minha respiração deturpa-se com o som intenso do mascar da chiclet. Ao estacionar, cessa o ruído do motor do carro. Em direcção a casa, escuto barulhos minimais de bichos pelos quintais e que, pouco depois, é silenciado pelo som agudo e intenso do altifalante do carro do peixe. Ao atravessar a rua, o zurrar teimoso e repetitivo dos burros ouve-se através de uma porta de madeira. Um vizinho bate com um martelo e a tábua queixa-se num som comprimido. O zumbido acelerado de algumas moscas em redor do caixote de lixo e o miar piedoso de um gato vadio perante o latido grave de um cão que o persegue. Empurro a porta de madeira da casa da minha avó e desencadeio um rugido pesado e longo. Porque o frio regressou, ouço o crepitar da lenha na lareira. Alguém grita na rua, um som que me é bastante distante mas audível, embora não consiga distinguir a sua tonalidade.
De regresso à cidade ao final da tarde, escuto o seu bulício motorizado e grave. Depois do jantar, uma ida ao café obriga-me a ouvir os cubos de gelo baterem contra o vidro fino dos copos de whisky, em sons agudos e curtos, intervalados. Há frases segredadas entre dois dos presentes na mesa, no entanto, o volume de som é muito menor. Uma voz doce contrasta com outra grave na mesa ao lado. O burburinho das conversas, em tons médios, mistura-se com a música de fundo instrumental. O resultado não é um som harmonioso, mas pode dizer-se que é tolerável e habitual. Num sofá mais afastado, escuto o som curto e desenfreado de palmas. Vozes juvenis cantam os “parabéns” o mais alto que podem. Posteriormente há bramidos agudos de plena euforia.
Na discoteca apinhada de gente, sucessões de faixas musicais, cujo volume de som é tão intenso que as torna quase ensurdecedoras e obriga a que cada troca de palavras seja feita aos berros. Dou por finda a noite e abandono a discoteca ainda com os seus sons agitados a ressoarem-me nos ouvidos. Ao chegar a casa, a chave roda na fechadura num som relativamente grave e rápido. Depois… apenas o silêncio.
(este texto surge no âmbito de uma proposta de trabalho para a cadeira semestral de Teoria do Som)
O relógio avança,O som de uma mensagem,O despertar de um sono leve,O nascer de um sorriso,O pôr-do-sol de um olhar,O desejo de saber,O prazer de adivinhar,O bater do coração,O veredicto da consciência,O gesto de querer,O sabor de não poder,O gozar do pulso,O libertar do ar inspirado,O escutar do vento,O sentimento de surpresa. ...
Pedem-me para falar da minha infância, porém, não tenho factos extremamente relevantes a contar. O que foi a minha infância resume-se aos melhores momentos de toda a minha vida…Fui feliz ainda que num curto e breve espaço de tempo que não foi suficiente para eu crescer forte e insensível perante tantas situações do quotidiano que se me depararam. Esse não foi o erro…...
Apetecia-me dançar, mas não há ninguém que me acompanhe… E os que tentam, valentes e ambiciosos, empenhados em conseguir, não persistem em continuar depois das sucessivas tentativas frustradas. Em seguida afastam-se e vão dançar uma qualquer música que já não ouço.Não acerto com a companhia para dançar, porque ouvimos músicas diferentes e, por isso, entregamo-nos a ritmos distintos, experimentando movimentos descompassados que terminam...
«O Amor é como a sombra. Se correres atras dele, nunca a conseguiras apanhar, mas se lhe virares as costas, ele seguirte-a para sempre.» (Margarida Rebelo Pinto, in "Pessoas como nós")«O Amor...palavra com significado ambíguo! Não existe uma definição clara, simples e objectiva do Amor, existem milhares ou mesmo milhões, pois o Amor é tudo o que de melhor existe, ou pelo menos...
As férias chegaram ao fim (depois de as ter prolongado mais uma semanita) e falta o entusiasmo do regresso que se aproxima... Já lá vai o tempo em que o regresso às aulas me causava uma grande ansiedade e um enorme desejo de que chegasse o mais depressa possível. No entanto, por muito que me custe tenho que encarar como mais uma etapa...
Da janela do meu quarto consigo ver o céu que me escapa, a magia que me expulsa da sua arena. Vejo o mundo através de um vidro: transparente mas inalcançável. Imagino-me a sentir a textura das cores do arco-íris. No entanto, resta-me apenas a sensação da frieza do vidro contra o meu rosto. Consigo desejar umas férias no infinito. Gosto de ver as...